Empresas com Alma (1º Parte)

Empresas com Alma - Grupo Egor

Vivemos numa era na qual o futuro está condicionado por forças poderosas e impossíveis de ignorar. As novas tecnologias, a globalização, a demografia e o envelhecimento, a sociedade e os recursos naturais estão a modelar o futuro do trabalho.

Criámos sociedades obcecadas pela voracidade do consumo, que vivem com inquietação mudanças profundas nas estruturas familiares, a falta de confiança nas instituições, os novos estilos de vida, o advento da inteligência artificial e o terrorismo internacional.

Num mundo em que a produtividade aumenta continuamente não apenas devido às tecnologias, mas também à melhoria das comunicações numa comunidade global de cinco mil milhões de seres humanos ligados entre si com acesso fácil ao conhecimento e a democratização do ensino, a forma como as empresas e os gestores terão que continuar a gerir as pessoas representa um dos maiores desafios da história atual que vão obrigar a uma alteração radical da maneira como pensam e agem as organizações.

Num universo, onde as mega empresas convivem com milhões de micro empresários, o sucesso nos negócios deixou, definitivamente, de depender da disponibilidade dos recursos financeiros. Os negócios de sucesso são criados não só pela visão, inovação e ideias dos empreendedores, mas sobretudo pela emoção sentida por cada trabalhador em relação aos objetivos da empresa e das equipas de que faz parte. Nas organizações onde predomina o “modus economicus”, as pessoas são vistas como mera força de trabalho. Quando a emoção e a inspiração são ignoradas, mesmo quando os resultados financeiros são positivos, as empresas são apenas edifícios sombrios e frios onde o capital emocional foi banido.

Para ganhar a confiança, a inspiração e o empenho das pessoas é necessário acreditar genuinamente que as empresas são organismos vivos com uma alma que condiciona a forma como inspiram e estimulam a dedicação, o empenho e a confiança dos colaboradores.

A existência da alma numa organização passa pela capacidade de despertar e inspirar o melhor que cada pessoa tem dentro de si. A compreensão da alma das organizações e a importância da comunicação interna são vitais não só para o sucesso das empresas, mas também para a motivação e envolvimento dos trabalhadores.

Assistimos com frequência a situações em que questões importantes são objeto de longas reuniões e discussões, mas o impacto das decisões tomadas na moral, na confiança e no empenho dos colaboradores muito raramente suscita o interesse dos decisores.

Criar empresa com alma pressupõe não apenas a intuição visionária de uma nova oportunidade e o desenho de uma estratégia vencedora, mas também um estilo de liderança emergente orientado para o desafio de dar as organizações um novo rosto humano: a liderança espiritual.

Aceda à segunda parte do artigo aqui.

Amândio da Fonseca,
CEO da Egor.